Com a águia e a serpente
No Sol que a montanha alaga
Zaratustra de repente
Conhece a ambição da dádiva.
Por isso ao Sol louva. Ao Sol
Que jorra sua abundância
Sobre o cálice das rosas
E sobre a boca dos pântanos.
Ai da ambição de que sofre
Quem viveu sobre a montanha.
Quem - na direção do Sol -
Com a águia aprendeu o vôo
E com a serpente a lembrança
Do eterno retorno à Terra
E ao verde de sua infância.
Mas por que desce a montanha
Para convocar os homens
A superar esse humano
Que de tão pobre morreu?
No país sáfaro, no deserto
De almas ante seus olhos
- Onde o próprio Deus é morto -
O que fará Zaratustra?
Sim, que fará Zaratustra
- Se a planície é um só calvário -
Em céus onde a águia não voa
E em terras em que a serpente
Já perdeu o itinerário?
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